sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os melhores assassinatos são cometidos à mesa


A foto é do Irving Penn. Para mim, o melhor fotógrafo de still de comida, porque quando vc vê a foto, sempre sobra um gostinho amargo na boca....

Minha ávo matava galinhas e, acho, até porcos, não havia drama, nem crises de consciência, era normal, como cortar as unhas. Você quer galinha, torça o pescoço ou corte a cabeça com um machado.
Acho honesto, matar para comer. Se você matar com suas próprias mãos. Passar por todo o processo do assassinato, da limpeza até o prato chegar à mesa. Dá valor ao que se vai comer. Não foi fácil, não saiu do congelador. Foi um lance, assim, homem/animal, tête-à-tête.
Não que eu tenha coragem de matar uma mosca, porque se eu tivesse que matar alguma coisa para comer, teria que ser vegetariana. Mas a idéia é mais justa. Não valorizamos o que comemos, não agradecemos. Os bifes estão lá estiradinhos nas bandejinhas de isopor. É muito fácil não pensar, os bifes não tem alma nem corpo.
Meus avós costumavam matar para comer, os gritos dos porcos sendo mortos ecoam nos meus ouvidos. Parece cruel, mas ir no açougue não dói. E tem que doer. Uma vida por uma vida.

Receita dos meus avós Soban
Pães com sangue ao forno
- Sangue de galinha
- orégano
- azeite
- pão italiano

Coloque as fatias de pão em uma assadeira. Corte a cabeça de uma galinha e aproveite o sangue que escorre sobre as fatias de pão. Jogue azeite e orégano e leve ao forno quente por 15 minutos. Thats it baby!

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